segunda-feira, 19 de novembro de 2007

E a Democracia ali tão perto…


Li neste fim-de-semana, enquanto desfrutava duma requintada crise de gripe, num Jornal Regional, não quero mentir mas penso que na Carteira, que foi apresentado pela Câmara de Loulé o PU de Quarteira.

Fê-lo numa sessão de esclarecimento pública e antes do referido documento ir para discussão pública.

Dizia o Senhor Presidente da Câmara, Dr. Seruca Emídio que quis uma discussão alargada e transparente em torno de toda a elaboração do documento.

Que inveja que eu tenho.

Para quando uma atitude semelhante no meu Concelho. Isto prova que o problema não é partidário, a Câmara de Loulé é PSD, mas sim de perspectivas pessoais do que é uma governação em Democracia.

Ainda no mesmo Jornal vem referenciado uma série de Planos de Desenvolvimento em variadíssimas zonas feitos de forma concertada, numa estratégia de desenvolvimento integrado de todo o Concelho.
Em Lagoa demora-se anos para fazer um, e depois logo se começa outro, ou seja demora-se tantos anos a planificar uma área duma Freguesia como Loulé a projectar todo o Concelho.

Acredito que não seja muito fácil ser oposição em alguns Concelhos, Loulé é disso um exemplo, mas em Lagoa????

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Simples e pouco eficaz.



Curtas e Directas. Escolha qual a máscara que melhor se poderá adequar a cada “sentido”.
Sentido de golo…


Li numa acta da nossa Câmara que foi cedido o Campo MUNICIPAL de Estombar à Escola de Futebol do João Moutinho obviamente sem qualquer encargo para este.
Pergunto então. A escola de futebol do João Moutinho não é particular? Não visa fins lucrativos? O Estádio não é Municipal, ou seja, como se costuma dizer pago e mantido com o dinheiro de todos nós?
Ceder, tudo bem, até poderia ser mais uma fonte de receita para o Município, sem ser só os Impostos, mas cedera título gratuito? Porquê?
A decisão foi aprovada por unanimidade.


Sentido de estado…

Não vi, mas já é publico que na última Assembleia Municipal de Lagoa houve um arrufo do seu Membro Joaquim Piscarreta.
Depois duma breve e infeliz troca de palavras com o Presidente da Assembleia, e quando este para clarificar a situação manda ir buscar o documento que clarificaria a questão, o Senhor Membro…fugiu.
Mas o que é que se passa consigo amigo Piscarreta?
Calma homem, ainda é novo.



Sem Sentido…






O afamado UP11, já foi votado pela nossa digníssima Câmara. Foi votado favoravelmente por unanimidade.
Pronto, já está. Hip!!Hip!!Urra.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Eficácia


Uma das novas Maravilhas do Mundo, segundo votação que todos acompanhamos e em que muitos participaram, é a Estátua do Cristo Redentor, vulgarmente conhecido como Cristo-Rei, no Rio de Janeiro.


Tem 38 metros de altura, está localizado no cimo do Morro do Corcovado, cerca de700 metros acima do nível do mar, e tem um peso de 1145 toneladas. O projecto foi desenvolvido por Heitor da Silva e desenvolvido pelo escultor francês Paul Landowski. A estátua demorou cinco anos a ser construída e foi inaugurada a 12 de Outubro de 1931.

5 Anos.

Ou seja demorou tanto tempo a ser construída como a Escola de Transito de Lagoa, mais coisa menos coisa.

É caso para perguntar.

“Quanto tempo demoraria esta Estátua a ser construída se em vez dos referidos protagonistas, fosse uma obra da nossa Câmara?”

1145 Toneladas de pedra distribuídas por 38 metros de altura, obra feita no cimo de um monte com 700 metros nos idos anos 30, contra uma casinha com uma pista de carrinhos à volta e um espaço ajardinado de belas moitas nos princípios do séc. XXI.
Tempo de construção – Empate técnico.

Valha-me o Cristo-Rei.

domingo, 11 de novembro de 2007

Será?


Uma vez que não tenho a certeza de que a noticia que circula por ai, inclusive neste Blog, por intermédio dum comentário aqui colocado, o que desde já agradeço, não quero, para já, tecer comentários sobre hipotéticos “namoros próprios da época vitoriana”

Quero isso sim deixar aqui o meu abraço amigo, a um Autarca que se tem desdobrado em infinitas paciências e que mesmo com todas as contrariedades e rasteiras que tem sofrido, mantêm uma vivacidade e um desejo de trabalhar que é digno de nota.

Seria imperdoável que quem tem responsabilidades deixasse “cair” este homem em nome de….nada.

Amigo Carlos Ramos, continua, já demonstraste que és superior a muita coisa, e quero acreditar que esta não passa dum boato infundado.

Não acredito que seja só o ursinho da fotografia a ter vergonha na cara.

Um abraço, amigo.

sábado, 10 de novembro de 2007

Resumos de Acta


Resolvi dar uma vista de olhos pelas actas das reuniões do executivo da nossa Câmara.
É sempre bom estar atento ao que por lá se passa e se diz, até para não cometer algum erro de análise sobre a actividade dos nossos representantes autárquicos.

Visionei as Actas de Outubro e pergunto, será que aquelas actas retratam o que lá se diz?

É que se assim for, ninguém fala, só concordam. Digo isto porque quase tudo é aprovado por unanimidade, pelos vistos sem qualquer tipo de discussão.

Sinceramente, não acredito que assim seja, penso que deve de haver algumas intervenções e troca de argumentos, mas se assim for, as actas estão muito mal lavradas.

Chamo aqui a atenção dos nossos representantes para que esclareçam esta minha dúvida., ou não se passa nada ou nada passa para a acta.

Custa-me a crer que um determinado assunto tenha sido alvo duma acalorada discussão, com uma ou mais intervenções de fundo e que na acta seja resumido a “… e foi aprovado ….”.

Se algum dia algum historiador queira fazer uma pesquisa sobre a actividade da Câmara ficara com matéria para meia página.

Sei que existem assuntos bem mais importantes do que este para discutir, mas um pouco de brio não fica nada mal.

Participação Cívica



Um dos assuntos que mais hipocritamente “preocupa” a classe Politica é o alheamento dos cidadãos da participação cívica. Obviamente que se debruçam somente sobre os índices de abstenção nos actos eleitorais.
É habitual logo nas noites eleitorais, quando os valores da abstenção continua a bater recordes, aparecerem logo as preocupações “sentidas” e a união em torno da ideia de que qualquer coisa tem de ser feito para bem da Democracia.
Ora bem, a noite passa, o dia nasce e a preocupação dá lugar ao “ deixa andar”.

Pergunto então, e cingindo-me só à minha terra.
“ O que tem sido feito para inverter esse constante alheamento dos nossos cidadãos para com os destinos do nosso Concelho?”

Ainda há pouco tempo estiveram em discussão pública dois documentos estruturantes para o nosso Concelho, como foram o P.U. de Lagoa e a U.P. 11.
Não houve da parte da nossa Autarquia a mínima preocupação em fazer qualquer acção de esclarecimento junto da população, quem estivesse interessado que fosse consultar os processos. É caso para dizer “que chatice esta coisa da consulta publica”
Não deveria ter havido o interesse em discutir estes documentos o máximo possível? Será que só meia dúzia de pessoas neste Concelho tem capacidade de saber o que é ou não o desenvolvimento to da nossa Terra? Devemo-nos de contentar com o facto de o documento ter sido consultado por 20 ou 30 pessoas quando 90% dessas pessoas só o fizeram porque tinham interesses directos sobre o que estava sendo discutido?

Acho que é muito pouco.

Deixo então o meu modesto contributo para que os próximos candidatos autárquicos possam ter ou não em conta.

- Todos os instrumentos de Planeamento, independentemente do período de discussão pública, sejam alvo dum profundo debate público, com acções de esclarecimento, exposições, visitas às zonas de influência, concursos de ideias, etc.

- Implementação da Agenda Local XXI. “ …programa de acção elaborado de uma forma participativa que visa um maior envolvimento entre poder local e agentes locais nas dinâmicas de desenvolvimento económico, social e ambiental de escala autárquica…”; (Autarquias e desenvolvimento sustentável – Luísa Schmidt; Joaquim Nave e João Guerra); Desde 1992 que este compromisso foi assumido mas obviamente que Lagoa ainda não teve tempo…

- Promoção do Orçamento Participativo. Como já é feito em alguns Municípios deste nosso Pais, inclusive no Algarve, com excelentes resultados ao nível da participação cívica.

São 3 simples medidas que poderão melhorar o envolvimento de todos, para uma Lagoa mais moderna, mais reivindicativa, mais participativa, mais atenta.


terça-feira, 6 de novembro de 2007

A Ponte já mexe…


Volto ao tema da Ponte do Arade (Espero que ninguém leve a mal eu a chamar assim), para dar conta de duas notas de impressa que entretanto saíram.

Uma do Partido Socialista de Lagoa, melhor dizendo dos Vereadores do Partido Socialista, e outra dos Executivos de Freguesia do Parchal e de Ferragudo em conjunto.

A preocupação é a mesma, ou seja, como resolver os problemas que tal fecho acarreta para a população?

Obviamente que as soluções à muito que deveriam de ter sido pensadas e agora era só comunica-las, não deixando esta angustia para muita gente.

Como é normal para o “nosso” executivo Camarário, “nada é problema até que o é”, e agora …é.
Agora vamos ver quem poderá ser responsabilizado por esta falta de atenção, uma pessoa sei que não será certamente, só falta saber a quem vai sair a fava.

Já começa a fartar tanta despreocupação.
Começa a ser hora de Lagoa mudar de rumo, só falta saber…para onde.

Parceiros ou Mecenas?



Uma área onde mais se faz sentir o envolvimento da sociedade, dita civil, é no Associativismo.

Proliferam por todo o lado uma enorme variedade de Associações das mais diversas áreas.
Associações Culturais, Recreativas, Desportivas, Económicas, Sociais etc.

Cada uma à sua maneira tenta desenvolver o melhor que pode e sabe um trabalho meritório.

Obviamente que as dificuldades dos nossos tempos são grandes e as Associações não escapam à crise.
Um dos grandes suportes financeiros das Associações, pelo menos na minha terra, são as Autarquias, melhor dizendo as Câmaras Municipais.

Então é caso para perguntar.
“Até onde poderá ir a influencia duma Câmara nos destinos duma Associação?”

Penso que mais do que dar dinheiro é necessário estabelecer parcerias, estabelecendo um intercâmbio de objectivos que visem a melhoria qualitativa da vida das nossas populações.
Não é dando dinheiro e se desresponsabilizando de tudo o resto que estamos a ajudar.
O suporte financeiro é fundamental, mas não deve funcionar como única estratégia de apoio Associativo.

O Município não deve de funcionar como um Benemérito mas como um parceiro, parceiro esse que tendo um papel fundamental no dia a dia das Associações deve de estar atento a tudo o que lá se passa, estar a tento ás dificuldades, e ajudar a “crescer”, mas ao mesmo tempo responsabilizar e exigir.

Uma área onde penso que pelo contrário não deve haver interferência é nas questões de disputas internas.
Aqui sim deverá haver um distanciamento cauteloso e não a tendência caciquista de intervir.

Tristemente, é precisamente isso que muitas vezes se passa. Já assistimos a degradantes espectáculos que em nada abonam quem os promove e sobretudo quem se sujeita a ser um mero peão neste tabuleiro.

Muito tem de mudar……

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ponte de Portimão ou do Arade?



Li no Correio da Manhã de Domingo que a ponte velha de Portimão (?), iria fechar.

Consultando o site do referido jornal, constatei que sobre o tema foram publicadas 3 notícias ao longo do dia.

Primeiro ás 00.00 horas, onde dizia que a Ponte iria fechar para obras a partir de 10 de Novembro por correr risco de colapso. Numa atitude muito sensata, veio o Senhor Vereador da Câmara de Portimão dizer que se a situação era assim tão grave fechava era já.

Posteriormente ás 13.24 horas, outra noticia, esta a referir as diligencias feitas pela Câmara de Portimão junto das Estradas de Portugal SA, para aferir sobre as reais condições das ponte.

Para finalizar ás 19.41 horas vem então p comunicado da Estradas de Portugal a dizer que tudo está sobre controlo e que a ponte é segura, embora com alguns condicionalismos. E que as obras irão arrancar ainda este Mês.
Assim sendo a Câmara de Portimão já não encerra a ponte.

Ora bem, apraz-me realçar a atitude da Câmara de Portimão zelando pela segurança de quem lá passa, a celeridade com que encarou este assunto e as diligencias tomadas.

Então, mas a ponte liga duas margens, que por acaso pertencem a Concelhos diferentes. Na outra margem é o Concelho de Lagoa. E aqui fica a minha questão.

E os nossos Autarcas? Qual foi o papel deles?
Será por a ponte ser de Portimão, é que eu penso que a Ponte se chama Ponte do Arade, e apanha parte dos dois Concelhos.

Será a velha questão de sermos a “despensa” de Portimão e os donos da casa que se preocupem, a gente só está cá para fazer as camas?

Poderei estar a ser injusto, mas só me estou fazendo valer do que li, e sobre o papel do nosso executivo não li uma letra que fosse…

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Executivo vs Funcionários



Acaba de sair um estudo encomendado pelo Instituto Nacional de Administração à Universidade Católica, que arrasa, mais uma vez, a imagem dos funcionários públicos e das Instituições da Administração Publica.

Como em tudo na vida, há os bons, os maus e os razoáveis.

Restringindo-me só ás Autarquias, afinal de contas, o poder que está mais perto das pessoas, como muitos gostam de afirmar, embora raramente se lembrem disso fora das eleições, gostaria de colocar uma questão.

“ O que se espera dos Executivos e o que se espera dos funcionários?”

Obviamente que penso que não se espera o mesmo, se assim fosse não haveria necessidade de eleições, era uma cooperativa (isto faz-me lembrar algo…).

Um Presidente de Câmara ou um Vereador, deve de ser uma pessoa com visão, com ambição, com ideias muito precisas sobre aquilo que quer para o seu Concelho, mas não tem de ser um semideus, basta que seja humano e que perceba que tem limitações intelectuais como qualquer outro.

Também não creio que se deseje que um membro do executivo seja um Mestre-de-obras, um Fiscal Municipal ou um Encarregado, tem de ser, isso sim, alguém que sabe o que pretende e sabe mandar.

Não creio que passar dias a fio a ver erigir um abrigo de contentores seja trabalho dum membro do Executivo, não creio que projectar canais, muros, estradas, edifícios, ou sei lá mais o quê seja trabalho para um Autarca, muito menos se não tem habilitações académicas para tal. Mas espero isso sim que seja alguém capaz de ouvir os seus funcionários, dar-lhes trabalho, motiva-los, ter a humildade suficiente para trabalhar em equipa com os seus técnicos e não fazer o trabalho deles ou dar-lhes atestados de incompetência constantemente e a responsabiliza-los por coisas que por vezes nem passou por eles.

Os funcionários não são Políticos, alguns são mas isso também é um direito que lhes assiste, portanto não têm que escudar o Politico mas têm, isso sim, o dever de zelo para com a Autarquia.

Como se sentirá um Engenheiro a ouvir alguém que não é habilitado para tal a lhe dizer que o seu trabalho está todo errado?
Como se sentirá um Arquitecto a ver aquilo que projectou a ser completamente alterado em nome dum “bom gosto” muito duvidoso?
Como se sentirá um Pedreiro a ver uma pequena obra a ser executada por empresas exteriores à Câmara, tendo ele todas as condições para a fazer?
Como se sentirão os técnicos e demais funcionários a serem acusados de pouca ou nenhuma produtividade quando não lhes é enviado trabalho para fazerem.
Obviamente que isto leva ao desinteresse do funcionário, á sua desmotivação e por conseguinte à diminuição da sua produtividade.

Esperasse que um Executivo ponha a máquina da autarquia a funcionar, preenchendo os lugares de chefias nos vários serviços com técnicos habilitados e competentes e não o contrário, com medo de se perder o estatuto de semideus.

Se por um lado se espera que quem governa tenha a coragem de por a máquina a funcionar indo para isso contra alguns “interesses instalados”, também se espera que quem quer vir a ser poder tenha a coragem de dizer muito abertamente quais as mexidas que faria se lá chegasse, senão fica no ar a ideia de que fica tudo na mesma.

Os papéis estão muito bem definidos, é só passar à prática.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Lei de Gresham




Aqui ás uns tempos atrás, saiu na imprensa nacional um artigo do Professor Aníbal Cavaco Silva, com o título “Os políticos e a lei de Gresham”. Foi um sucesso literário ombreando na altura com o não menos famoso e também polémico, Código Da Vince.

O artigo pretendia despertar consciências e apelar ás elites profissional para que não se deixassem adormecer e deixar na mão de maus Políticos a condução dos destinos do Pais., era na altura Primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, o actual Chairman do PSD.

Segundo a Lei de Gresham a má moeda expulsa a boa moeda. Transportando essa Lei para a Politica chegasse à conclusão que os políticos incompetentes afastam os competentes.
Todos os comentadores políticos da nossa praça, na altura, foram unânimes em apontar Santana Lopes como o alvo do referido artigo. É possível, mas também é possível que o Senhor Professor o tenha escrito depois de conhecer a realidade de algum Concelho, de alguma Autarquia, de alguma estrutura partidária Regional ou Concelhia, tudo é possível. Até pode ter sido ao passar pela minha terra, quem sabe.

E agora Senhor Presidente da Republica? Agora que é o Senhor o garante da Democracia, que tem feito para inverter a Lei de Gresham e por os bons políticos a correr com os maus políticos? Ou será que só Santana Lopes é que era o “mau político”?

Lanço-lhe um desafio que sei que não vai aceitar, mas…
Porque não cria sobre a sua égide um Observatório Nacional do Cumprimento das Regras Democráticas? Não tenho duvidas que os atropelos constantes à Democracia, a tentativa quase sempre conseguida de instalar estados Caciquistão um pouco por todo o lado, os compadrios, as incompetências constantemente premiadas, os abusos de poder, etc. acha que com este panorama a Politica vai atrair “bons Políticos”?

Quantos “maus políticos” já cumprimentou, já elogiou nos seus discursos de circunstância, a quantos já enalteceu qualidades que desconhece mas que fica bem, quantas vezes já foi conivente pelo silêncio?

De facto a Lei de Gresham veio para ficar.


Até quando?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Afinal, o que esperamos da oposição?


Quem governa tem o seu papel bem definido, que é obviamente, governar e de preferência bem.

Quanto à oposição, pode-se dizer que as doutrinas se dividem.

Por um lado temos os que governam, que esperam que a oposição reconheça a qualidade do seu trabalho e que numa hipotética falha, os desculpem porque, obviamente a culpa é-lhes alheia.

Por outro lado temos aqueles que parasitando à volta do poder tudo fazem para denegrir “os irresponsáveis da oposição” que perturbam os senhores governantes, esses sim pessoas de bem, prestando assim o seu contributo para que os que governam se eternizem no poder de modo a poderem sobreviver.

Outra corrente advoga porem que Oposição deve de ser alternativa; simplesmente. Ou seja, que confronte o eleitor e o cidadão com um facto simples e directo. “Se está contente com o que tem vote em que está a governar, se não, aqui está a nossa alternativa, que assenta em ideias próprias e liminarmente oposta aquilo que é desenvolvido por quem está no poder.

Acredito que quem está descontente e pensa inflectir o seu sentido de voto não pode ser confrontado com uma oposição que a única coisa que apresenta de diferente são os nomes dos seus candidatos. Também não creio que ser diferente seja discutir e discordar das propostas apresentadas por aqueles que governam. A oposição tem que ter um conjunto de objectivos muito próprios, originais, tem que abordar Politicas sectoriais e não pontuais.

Se somos confrontados com a escolha entre o branquinho e o cremezinho muuuuuito clarinho, ficamos na dúvida, e se não gostamos dessa tonalidade aguardamos que nos surja uma cor mais alegre, mais viva, mais brilhante.

Quando oiço algumas pessoas questionando “onde está a oposição?”, é sinal que estão descontentes com os governantes, mas, também não vêem nem acreditam nas alternativas que lhes são colocadas.


Anna Politkovskaya

30-agosto-58 – 7 Outubro 2006 (48 anos)
Jornalista



Tivemos nestes dias a visita a Portugal, do Presidente Russo, Vladimir Putin.
São do conhecimento público os seus atropelos aos direitos humanos, procedimentos Antidemocráticos, perseguições a opositores, enfim um rol de “pecados” capitais, que deveriam levar outros estados ditos moralmente democráticos a por em causa a abertura escancarada das suas portas.

Mas obviamente, nada disso tem qualquer valor quando se fala de Petróleo e de gás natural, ou seja de riqueza.

Quando de fala de riqueza, toda a pobreza é esquecida.

Numa altura em que começa a ser noticia a nível nacional o ressurgimento de tiques pouco ou nada democráticos, atropelos ás liberdades individuais, etc.… pode-se questionar se a visita do Presidente Russo visava o estreitamento das relações Comerciais e Diplomáticas entre os dois Estados, ou se o Presidente veio dar uma aulas de formação aos nossos governantes sobre a arte de bem governar e atropelar que se atravessar à frente.

Deixo por isso aqui a minha pequena homenagem a Anna Politkovskaya, jornalista russa que se atreveu a contestar Putin e as suas Politicas, tendo desenvolvido uma constante denúncia de todos as violações do Presidente Russo.

Foi assassinada à entrada da sua casa faz agora um ano।


(a não perder, o livro “UM DIÁRIO RUSSO”, onde Anna traça um retrato da Rússia de Putin.)


Miopia...


“Situado junto à margem do rio Arade, próximo da cidade de Portimão e de uma das mais emblemáticas praias do Algarve - a Praia da Rocha - o recém-construído Pavilhão do Arade é o principal centro de congressos do Algarve, inaugurado em 2007 durante a Presidência Portuguesa da EU.”

É desta forma que a empresa exploradora do novo Pavilhão do Arade descreve este “seu” novo equipamento.

Enquanto Lagoense sou sincero, custa-me muito que um equipamento com a Qualidade do Pavilhão do Arade, que efectivamente se situa no nosso Concelho esteja a ser explorado por uma Empresa Municipal de Portimão, empresa essa que visa promover Portimão, conforme se pode ver nos seus estatutos.

Porque é que não se estruturou a FATASUL, como Portimão vez com a EXPOARADE?
Não foi por falta de se falar variadíssimas vezes no assunto, foi tão somente por teimosia de uma ou duas pessoas, que se julgam donas de toda a sapiência, toda a razão, toda a visão, e que na prática, visão já não têm, razão já a perderam e quanto à sapiência… não comento.

Quanto a mim, mais chocante do que não ter ido à inauguração é o facto de ver mais uma vez o meu Concelho a estender o tapete a Portimão. Será que até o estatuto de dormitório, que tão poucos andaram a construir aos longos dos últimos anos, vamos perder e transformarmo-nos numa simples “despensa”?

Até Quando?

Afinal quem é o Pai?


Depois duma longa e infrutífera discussão, que já se arrasta há vários anos, sobre a paternidade da FATACIL, eis que surge uma nova querela em Lagoa. Agora é sobre a paternidade da próxima baixa do valor do I.M.I. (Imposto Municipal sobre Imóveis).
Segundo palavras do Senhor Presidente da Câmara, “Apresentei a proposta de redução do IMI, por considerar que a população de Lagoa é já bastante penalizada pelos impostos governamentais", a ideia, como se pode ver partiu dele.
Por outro lado, o Partido Socialista de Lagoa emitiu um comunicado onde afirma que “O PS/Lagoa cumpriu este ano a promessa eleitoral feita nas autárquicas de 2005 de colocar no valor de 0,4% a taxa de IMI a aplicar no Concelho de Lagoa.”, ou seja, a ideia é partiu do PS Lagoa.
Ora bem, alguém está a faltar à verdade (não se pode dizer a mentir, porque é feio).

Ainda nesta troca de reivindicações, surge outra dúvida. Segundo o PS Lagoa, o PSD Lagoa apresentou uma proposta que visava lançar uma derrama de 0,5% sobre as empresas do Concelho de Lagoa, facto inédito no nosso Concelho.
Mas por outro lado, o Senhor Presidente da Câmara, justifica a sua ideia de redução do I.M.I. pretende "desagravar a carga fiscal, pretende criar melhores condições de vida para a população e incentivar o crescimento económico do concelho". Desenvolvimento económico? E lança uma derrama sobre as poucas Empresas que cá temos?
Alguma coisa não bate certo.

Esperemos então pelos testes de ADN, para aferir com rigor sobre a paternidade dos 0,4%.

106


Este é o número de eleitos locais distribuídos pelos vários órgãos do Poder local, em Lagoa.
Por Órgãos a distribuição é a seguinte:
7 na Câmara Municipal.
21 na Assembleia Municipal.
20 nas seis Juntas de Freguesia.
58 nas Assembleias de Freguesia.

Partidariamente estão distribuídos da seguinte forma:
50 do PS.
48 do PSD.
6 do BE.
2 da CDU.

Estas pessoas são aquelas que ao serem eleitas se comprometem a zelar por uma série de valores e de princípios visando a defesa e o bem-estar da população que os elegeu.

Como em tudo na vida, há os cumpridores e os “adornos”.

Faça então o prezado leitor um pequeno exercício, sério e objectivo, identificando uma pequena amostra deste universo, de preferência o mais representativa possível, e de forma desapaixonada julgue qual tem sido o papel daqueles que elegeu.

Este post serve única e exclusivamente como exercício mental, aspirando despertar em si um espírito crítico e interactivo (se por ventura não o possuir), que leve a que estas 106 pessoas comecem a sentir sobre si uma atenção constante e uma responsabilidade que nunca deveria ter perdido.

O acto de cidadania não se esgota na urna de voto.
Lembre-se em quem votou e porque o fez.

CHE


14 junho 1928 – 9 outubro 1967 (39 Anos)
guerrilheiro


Numa altura em que vejo tanta gente a se acotovelar para entrar na carroça do poder, abdicando sem qualquer cerimonia de princípios e de valores.

Numa altura em que vejo tanta gente a se por de cócoras para são ser excluída.

Numa altura em que vejo tantos silêncios amedrontados.

Numa altura em que vejo tanta gente a dar primazia às suas balofas aspirações nem que para isso tenham que engolir um pântano inteiro (já não chega engolir um sapo).

....

É sempre bom ter presente a imagem de um homem que longe de ser um santo, soube romper com as mordomias do poder e correr atrás daquilo em que acreditava.

Passados 40 anos sobre o seu fuzilamento, também ele vitima de traição medrosa (como o compreendo), é para mim de todo a justiça iniciar este Blog com uma singela “homenagem” à sua memória.

Que o seu exemplo sirva pelo menos para alguns pensarem, já que mudarem está fora de questão.

Hasta la vitória, siempre!"