quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Lei de Gresham




Aqui ás uns tempos atrás, saiu na imprensa nacional um artigo do Professor Aníbal Cavaco Silva, com o título “Os políticos e a lei de Gresham”. Foi um sucesso literário ombreando na altura com o não menos famoso e também polémico, Código Da Vince.

O artigo pretendia despertar consciências e apelar ás elites profissional para que não se deixassem adormecer e deixar na mão de maus Políticos a condução dos destinos do Pais., era na altura Primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, o actual Chairman do PSD.

Segundo a Lei de Gresham a má moeda expulsa a boa moeda. Transportando essa Lei para a Politica chegasse à conclusão que os políticos incompetentes afastam os competentes.
Todos os comentadores políticos da nossa praça, na altura, foram unânimes em apontar Santana Lopes como o alvo do referido artigo. É possível, mas também é possível que o Senhor Professor o tenha escrito depois de conhecer a realidade de algum Concelho, de alguma Autarquia, de alguma estrutura partidária Regional ou Concelhia, tudo é possível. Até pode ter sido ao passar pela minha terra, quem sabe.

E agora Senhor Presidente da Republica? Agora que é o Senhor o garante da Democracia, que tem feito para inverter a Lei de Gresham e por os bons políticos a correr com os maus políticos? Ou será que só Santana Lopes é que era o “mau político”?

Lanço-lhe um desafio que sei que não vai aceitar, mas…
Porque não cria sobre a sua égide um Observatório Nacional do Cumprimento das Regras Democráticas? Não tenho duvidas que os atropelos constantes à Democracia, a tentativa quase sempre conseguida de instalar estados Caciquistão um pouco por todo o lado, os compadrios, as incompetências constantemente premiadas, os abusos de poder, etc. acha que com este panorama a Politica vai atrair “bons Políticos”?

Quantos “maus políticos” já cumprimentou, já elogiou nos seus discursos de circunstância, a quantos já enalteceu qualidades que desconhece mas que fica bem, quantas vezes já foi conivente pelo silêncio?

De facto a Lei de Gresham veio para ficar.


Até quando?

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Francisco

Em primeiro lugar quero aqui reiterar os meus cumprimentos pelo teu blog. Infelizmente também vou sentindo que a democracia tem o tamanho e o valor do sentido e do sentir democrático de cada um o que, para alguns, significa simplesmente a ausência desse sentido e desse sentir. Daí aquilo a que chamas traição medrosa – para mim traição merdosa – força motora da ambição pela ambição, do poder pelo poder, assim como casca oca, sem conteúdo, vazia… para quem a democracia, a intervenção cívica, a filiação e a luta pelos valores ideais de uma sociedade justa (mais uma palavra com sentido individualista…) não passam de uma veste sumptuosa e adornada de quem vai a uma gala e quer parecer bem em aguerrida competição pela fatiota mais bonita e mais na moda!
Não sei se os políticos incompetentes afastam os competentes. Mas afastam com certeza todos os que se atrevem, não a pensar, mas a declarar a sua diferença. Homogeneidade precisa-se… o direito à diferença e à individualidade é mais um vestido para o baile.
Com admiração pessoal.

Carla Antunes