Um dos assuntos que mais hipocritamente “preocupa” a classe Politica é o alheamento dos cidadãos da participação cívica. Obviamente que se debruçam somente sobre os índices de abstenção nos actos eleitorais.
É habitual logo nas noites eleitorais, quando os valores da abstenção continua a bater recordes, aparecerem logo as preocupações “sentidas” e a união em torno da ideia de que qualquer coisa tem de ser feito para bem da Democracia.
Ora bem, a noite passa, o dia nasce e a preocupação dá lugar ao “ deixa andar”.
Pergunto então, e cingindo-me só à minha terra.
“ O que tem sido feito para inverter esse constante alheamento dos nossos cidadãos para com os destinos do nosso Concelho?”
Ainda há pouco tempo estiveram em discussão pública dois documentos estruturantes para o nosso Concelho, como foram o P.U. de Lagoa e a U.P. 11.
Não houve da parte da nossa Autarquia a mínima preocupação em fazer qualquer acção de esclarecimento junto da população, quem estivesse interessado que fosse consultar os processos. É caso para dizer “que chatice esta coisa da consulta publica”
Não deveria ter havido o interesse em discutir estes documentos o máximo possível? Será que só meia dúzia de pessoas neste Concelho tem capacidade de saber o que é ou não o desenvolvimento to da nossa Terra? Devemo-nos de contentar com o facto de o documento ter sido consultado por 20 ou 30 pessoas quando 90% dessas pessoas só o fizeram porque tinham interesses directos sobre o que estava sendo discutido?
Acho que é muito pouco.
Deixo então o meu modesto contributo para que os próximos candidatos autárquicos possam ter ou não em conta.
- Todos os instrumentos de Planeamento, independentemente do período de discussão pública, sejam alvo dum profundo debate público, com acções de esclarecimento, exposições, visitas às zonas de influência, concursos de ideias, etc.
- Implementação da Agenda Local XXI. “ …programa de acção elaborado de uma forma participativa que visa um maior envolvimento entre poder local e agentes locais nas dinâmicas de desenvolvimento económico, social e ambiental de escala autárquica…”; (Autarquias e desenvolvimento sustentável – Luísa Schmidt; Joaquim Nave e João Guerra); Desde 1992 que este compromisso foi assumido mas obviamente que Lagoa ainda não teve tempo…
- Promoção do Orçamento Participativo. Como já é feito em alguns Municípios deste nosso Pais, inclusive no Algarve, com excelentes resultados ao nível da participação cívica.
São 3 simples medidas que poderão melhorar o envolvimento de todos, para uma Lagoa mais moderna, mais reivindicativa, mais participativa, mais atenta.